20 de setembro de 2013

Ela tem razão

A cantora Sandy postou que é fã de John Mayer que se apresenta no Rock in Rio nesse sábado.
Ouça uma música aqui no blog e embale esse feriado chuvoso em Porto Alegre.



 
 
#segueoblog

14 de setembro de 2013

Café, bombom e leitura

Aquele era o primeiro dia de férias. Como não viajaria, resolveu ler. Ler todos os livros, todas as listas de espera, toda a estante. Resolveu desarrumá-la. Reler algumas obras perdidas pelo caminho. Deparou-se com romance, best-sellers e outros tantos que ficaram no caminho da leitura. Queria ler muito Fernando Pessoa também. Passou a mão numa pequena caixa de bombons. Pequenos. Não sabia o porquê, mas aquele minúsculo bombom e uma xícara de café davam outro sabor ao livro. Ficou ali absorta. Na tarde só ouvia a trilha sonora dos pássaros no jardim, quando recebe uma mensagem. Um amigo lhe mandou uma música. Ela aproveitou e ouviu como música de fundo. O início da melodia, o toque, lembrava uma aula de dança. Não tentou traduzir a letra, fixou-se nas páginas que corriam soltas. Folheava cada uma, como um toque na tela do celular. E a música foi ouvida milhares de vezes. Será que o amigo queria dar algum recado, alguma mensagem através da letra? Ela não sabia. Não estava interessada mais naquele amor. A vida tentava desviar mais uma vez sua atenção. Mas ela queria dessa vez ler o livro até o final. Queria saber o fim da história. E a música, com seus internos significados, continuava a tocar.


 
 
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12 de setembro de 2013

Pequeno conto de cafeteria em Portugal




O sonho de viajar rumo à Portugal chegou mais cedo do que ela esperava. Porto Alegre tem a facilidade de um voo direto à Lisboa. Os ventos sopravam a seu favor, como nas caravelas do além mar. E lá estava ela finalmente curtindo as terras portuguesas, a paisagem, a culinária, um bom vinho. O passeio no bonde foi uma aventura, complementado com uma parada para o cafezinho. Finalmente conheceu o "Café à brasileira", sentou ao lado da estátua de Fernando Pessoa. Enquanto tomava o café, pensava nas citações e poemas que ficaram sempre na memória. Nada a tiraria daquele momento. Nada mesmo. A não ser observar uma pessoa que lia o jornal na mesa ao lado. Todos que lêem absortos parecem estar desligados do mundo. Mas quando terminou o jornal, ele também pediu um café. Depois levantou-se calmamente e saiu pela rua, entre as mesas. Todos temos hábitos. Há algo que fazemos sempre no dia a dia. O dele era esse. No outro dia, estava na mesma mesa. Sentado na mesa 3. Por que esse número? Não sei, talvez seja afinidade, preferência. A vida faz com que a gente apegue-se a coisas tão simples e duradouras.








Segue o blog...e o sonho de conhecer Portugal. As fotos são da leitora Clarice Freitas.

3 de setembro de 2013

NEOLOGISMO


NEOLOGISMO é a criação de uma expressão nova ou atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Seu significado é "nova palavra" e encontramos muitos através da internet, como: deletar, printar, escanear, mouse e site. Esses termos surgem como uma necessidade de linguagem momentânea, transitória ou permanente.
O neologismo está presente na representação de sons como "vrum", "tibum", "puf", "chuá" ou linguagens abreviadas como: xau, bju, qq, vc, etc.
O mundo atual se codifica e resume porque temos pressa de escrever, de nos comunicar. Transformamos as palavras, brincamos com os sons porque tudo tem a necessidade de ser reescrito, renovado. É comum pedirmos um "refri" e fica até estranho pronunciar refrigerante.
Mas nunca devemos esquecer a essência das palavras. Um exemplo muito citado está num dos poemas de Manuel Bandeira, o qual gosto muito e tem o mesmo título:


NEOLOGISMO
"Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda

E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo,o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teadora."

(Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, 1970)

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1 de setembro de 2013

JANELA DE SETEMBRO



Da minha janela, em setembro, ouço sua majestade o sabiá. Imagino que cada bairro, cada rua, cada casa de Porto Alegre tenha direito a um representante: um sabiá cantando dia e noite, sem parar.
E ele bate um bolão. Com sol ou chuva, o primeiro tempo começa lá pelas quatro da manhã. O segundo às sete horas e durante o dia ele treina muito. Volta no final da tarde, nos descontos, soando como um apito, ele termina o dia, encerrando o jogo.
A performance desse craque é incrível. No final do período ele vai ser contratado. Como todo bom jogador vai embora, deixando saudades. Ou não... tem gente louca para mandar o tal sabiá passear. Será que existiu algum jogador de apelido Sabiá? A empolgação do bola cheia é demais. Queria que ele jogasse no meu time, poderia ser o capitão ou até treiná-lo... Mas, daqui a pouco ele se cala e vai embora. Seu contrato é de um ano. Voltará lá por agosto ou meados de setembro.
O sabiá, exímio flautista das manhãs de setembro, demarcador de territórios, em nome do amor, embala nossos sonhos, dribla a insônia porto-alegrense e nos desperta, toda manhã, cantando na torcida e fazendo sempre um golaço.

Segue o blog. Segue o sabiá...tuitando pelos bairros de nossa cidade.