27 de fevereiro de 2011

MOACYR SCLIAR

Naquela tarde muito fria em Gramado, poucos animaram-se a sair do hotel. Alguns usavam a internet, outros se aproximavam da lareira para conversar e tomar um cálice de vinho. Encontrei perto do computador um armário de livros. Seria uma cristaleira, uma biblioteca quase que particular. Sentei na cadeira ao lado e olhei tantos títulos. O que me chamou atenção foi um livro de Moacyr Scliar, em forma de dicionário. De A a Z, ele descrevia coisas que acontecem em viagens, usando com perfeição cada palavra, com seu estilo de escrever. Fiquei por algum tempo encantada com a obra e nem notei o tempo passando na fila de espera pela internet. Só me dei conta do tempo quando uma senhora leu alto o título que eu observava. Ela era escritora e de certo admirou minha escolha.
Dicionário do Viajante Insólito é uma obra do escritor Moacyr Scliar, que faleceu hoje na cidade de Porto Alegre. O livro é um dicionário interessante e diferente. A sinopse da obra segue abaixo:





DESCRIÇÃO:
Turista - substantivo que designa aquele que sai de sua terra natal para conhecer outros lugares - presta-se para outras variadas, controvertidas e divertidas definições. Valeu-se delas a literatura para criar a figura quase mítica do viajante em milhares de livros e frases, algumas das quais foram selecionadas por Moacyr Scliar e cruzam este livro numa leitura independente. Se a tecnologia, os agentes de viagem e o desenvolvimento da indústria turística acabaram com o charme de um Indiana Jones, pelo menos atraíram para a atividade milhões de meros mortais. E em vez de perigos espreitando em esquinas obscuras ou templos perdidos, a aventura hoje está nos aeroportos abarrotados, hotéis em promoção, táxis enigmáticos, bares, restaurantes e batalhas por centímetros de assento em aviões superlotados. Neste Dicionário do Viajante Insólito você terá de A a Z um bem humorado conjunto de histórias, dicas, lembranças, por um escritor que entende do que fala. Viajante contumaz, Scliar se socorre do tema para praticar a boa literatura, percorrendo países e perscrutando a ansiosa alma do turista num relato saboroso que conduz a situações em que muitos de nós certamente nos identificaremos.
 
 
 
O blog Kit de Ideias apresentou um "Verão de A a Z" nos meses de janeiro e fevereiro, inspirado na obra de Scliar e de certa forma prestando uma homenagem ao escritor gaúcho. Ele foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 2003 no Rio de Janeiro.

23 de fevereiro de 2011

VERÃO DE A a Z / IMAGEM


                                        


Segue o blog. As fotos são uma colaboração de Jocel e Adriana.

22 de fevereiro de 2011

VERÃO DE A a Z / CORRIDA

O tênis de corrida Kangoo Jumps é indicado para melhorar o condicionamento físico e ajudar na tonificação de pernas e panturrilhas. Dizem que combate a celulite. Uma moça corria nas areias de Atlântida com ele nesta temporada. Parecia que ela vinha em "slow motion" pela praia. Como fundo musical sugiro a música do filme "Chariots of Fire" ( carruagens de fogo) à beira-mar.



Segue o blog, na corrida.

15 de fevereiro de 2011

10 de fevereiro de 2011

VERÃO DE A a Z / LEME, PORTO, CORAÇÃO NAVEGADOR



Segue chuvoso o mês de fevereiro no litoral Norte/RS. Há quem goste dos dias de chuva para fazer atividades que são típicas de praia como jogos, palavras-cruzadas, leitura, até caminhar na chuva ou ouvir uma boa música.


Segue o blog.

8 de fevereiro de 2011

VERÃO DE A a Z / LEITURA

O Google de hoje está prestando uma homenagem à Julio Verne na data de seu nascimento, 08/02.
É só clicar em cima da palavra Google, desenhada através de motivos marinhos, que se tem acesso a biografia do escritor e outras informações. Só clicar e ler. Esse ano, entre alguns livros que ficam na praia, encontrei  "Os filhos do capitão Grant".  A sinopse descreve que uma mensagem numa garrafa lançada no mar é o ponto de partida de uma expedição que passa pela América do Sul, Austrália e Nova Zelândia. A vida do capitão Grant e dos seus companheiros está em risco. Será que os aventureiros a bordo do Duncan vão conseguir salvá-los?
Segue um trecho da obra: «O mar estava magnífico; podiam facilmente seguir-se à superfície as rápidas evoluções do esqualo, que mergulhava ou se elevava com um vigor surpreendente. Os marinheiros lançaram uma corda forte, munida de um anzol com um bocado de toucinho. O tubarão, apesar, apesar de ainda se encontrar a uma distância de cinquenta metros, cheirou o engodo oferecido à sua voracidade. Aproximou-se rapidamente. Viam-se-lhe as barbatanas, cinzentas na extremidade, negras na base, bater as ondas com violência. À medida que avançava, os seus enormes olhos salientes surgiam inflamados de avidez.»
Read more: http://www.portaldaliteratura.com/livros.php?livro=3638#ixzz1DQUT1McW
Estava lendo sobre a vida do autor. O pai queria que ele fosse advogado, mas como morava perto de um porto, foi influenciado pela vida marítima e, através de sua imaginação, escreveu coisas que eram ficção, mas deixavam as pessoas na dúvida, como se ele tivesse vivenciado a experiência. Pronto, é tão fácil ler e aprender, só não ter preguiça. Xô preguiça!






Segue o blog informando. Continue lendo. Keep reading.

VERÃO DE A a Z / CONTO

Todos dias ela fazia tudo igual, no mesmo horário, depois da novela. Das oito, que não é precisamente as oito horas. Ela descia com sua labradora preta. E passeava o cachorrinho, no caso, a cachorrona, com sua super língua para fora. Dá medo, mas são dóceis, os donos sempre avisam a gente. Elas andavam pelas ruas de Atlântida, então desertas. Onde estariam os veranistas numa segunda-feira? Acho que estão em Porto Alegre, lá o ar condicionado é bem melhor. E a tal cadela me olhava com seus olhinhos e fazia coisas que a natureza ou sua dona se encarregava de separar. E o passeio continuava, parando e andando várias vezes à sombra da lua.
A dona me relata que a praia é essencial para ela. A ordem é sair fora da rotina. Comentei que muitos usam o mar como terapia, caminhando e falando mal da sogra e dos vizinhos, e é de graça. Outros o procuram para fitá-lo, em silêncio, trazendo uma paz como a hora da verdade, que pode até trazer uma certa ansiedade. Mas, outros, mais inteligentes, o usam para relaxar, caminhar depositando pensamentos naquele vai e vem infinito. Mar é mar. Se fosse rio, não teria muita graça. O importante é o ir e vir daquela onda, o vento, as correntes o mudando a cada momento. O mar é interessante porque não é sempre o mesmo, é cada dia criativo. E ela concordava comigo e ia levando o cão pela rua. Pelo tamanho, ele que a levava.
Um dia me assustei. Na silhueta da noite, no meio do jardim, a vi se aproximando. Vinha com algo no colo. Pronto, pensei, um filhote. Outro cachorro. Pobre cadela, vai ficar enciumada. Que nada. Quando ela chegou perto e a lua a iluminou, enxerguei um laptop!
- Estou sem sinal em casa. Preciso ver meus e-mails, vou jantar no restaurante bem aqui perto da Plataforma e lá sei que vou conseguir me conectar.
Enquanto ela se afastava, eu pensava... Novo hábito: levar o note para passear...é só pegar o telefone do cachorrinho, digo, a senha do tal bichinho...


Segue o blog. The end.

VERÃO DE A a Z / E-MAILS E CARTAS

Hoje, depois de ver um filme, descobri que não sei escrever corretamente um e-mail. Esses dias também confirmei isso tudo. Veio parar em minhas mãos na praia um jornal antigo, onde um escritor, amigo de Quintana, mostrou várias cartas escritas pelo poeta para ele. Enquanto lia os textos delas descobri que não sei tão bem resumir, não sei codificar, nem mesmo sei ser tão direta quanto as gírias. Sofro desse mal, mas vou levando, ou melhor, vou sendo levada pela tendência, sendo atualizada, mas nunca deixo de tentar. As cartas não economizavam palavras, não resumiam verdades, não enxugavam lágrimas, não deletavam sorrisos. Agora, para o outro lado, o paciente outro lado, elas eram o must. A carta era longa e testava o tempo. Escrevi tantas delas que agora me apresento no e-mail como se ainda as estivesse escrevendo. E-mail, para ser bem lido, deve ser o resumo do resumo resumido. Mas como não consigo parar de me expressar, recorro a ele e com o tempo eu aprendo a não degustar tanto as palavras. Gostaria de simplificar, mas sei que ele não é todo, é meio, é um e meio. E assim, compactado, nunca será totalmente o que eu queria dizer. Hoje, depois de ver o filme "Letters to Juliet", pensei tudo isso, clique a seguir...

http://www.imdb.com/video/screenplay/vi1896810265/

4 de fevereiro de 2011

VERÃO DE A a Z / QUERO-QUERO

Um quero-quero fugia sôfrego de dois cachorros que o perseguiam à beira-mar, depois da Plataforma de Atlântida, em direção a praia de Xangri-lá. Comecei a observar a cena. O animalzinho parecia cansado. Voava e parava lá adiante. Os cães não desistiam. De repente o quero-quero voou para a primeira onda e conseguiu ir mais para o fundo do mar. Os dois cachorros pararam e não avançaram atrás dele. Presenciei essa cena e torci pelo bichinho, gritando para ele ir mais para o fundo. Quando vi estava envolvida nesse acontecimento. Dessa vez, não adiantou para os cães nadar o famoso "nado cachorrinho". O pássaro usou sua arma mais poderosa, alçou voo e se livrou do perigo.
Instantes mais tarde, enquanto os cachorros caminhavam pela praia, ele saiu de dentro do mar piando e passou voando por cima da cabeça dos dois. Não sei se ele estava defendendo seu ninho, mas confirmei o que diz a música, ou seja, que o quero-quero quando grita é porque alguém se aproxima. Dizem que essa ave auxiliou muitos rio-grandenses em batalhas, avisando a chegada do inimigo.

3 de fevereiro de 2011

VERÃO DE A a Z / REDE

As redes são vendidas pelos ambulantes no verão em Atlântida/RS.
Eles andam longe, no balanço do mar. Deslocam-se de suas cidades natais e chegam aqui no nosso litoral gaúcho. São do Paraná, Goiás, Rio Grande do Norte, Paraíba, entre outros estados. Todo ano estão aqui, incansáveis, caminhando pela orla e trazendo para a gente essa rede colorida e artesanal.





Segue balançando o verão no litoral Norte/RS.

VERÃO DE A a Z / WIRELESS

As malas de praia chegaram recheadas de notebooks, mas nem sempre se consegue um sinal perfeito.
Devido a um "wirelesma" criou-se então um novo hábito. Depois de passear o cachorrinho, leva-se o notebook para passear pela casa, atrás do sinal. Outros prolongam o passeio até o bar ou restaurante mais próximo.
Há os que procuram uma lan house.



Segue conectado o verão no litoral Norte/RS.

2 de fevereiro de 2011

VERÃO DE A a Z / PROTETOR SOLAR

GURIA DE ATLÂNTIDA

Guria que passa
À beira-mar
Passa
Não repassa
Filtro solar.
Passatempo
Tempo passa
O sol ultrapassa
De dedo-de-dama
Mulher-uva...passa.


Segue o verão bronzeado no litoral Norte/RS.