24 de janeiro de 2014

Três Capítulos na Holanda ( 3 )




Muito tempo passou. Durante dias seguiu de bicicleta pelas ruas da cidade pensando como seria o reencontro. Ela chegou de surpresa, em plena cafeteria. Foram dias intermináveis, ele não poderia faltar a aula, mas sempre esperava ansiosamente pelos finais de tarde. Ela deixou claro que ficaria por pouco tempo. A distância agora era cruel. Ninguém vive só de mensagens ou e-mails, ela pensava. E assim o tempo correu mais um pouco. Atropelou as horas.
No último dia, ela lembrou do que havia escrito no guardanapo, ainda no Brasil. Ele procurou o papel e não encontrou. Só achou dias depois, perdido numa pasta. Sorvendo o café, leu com atenção. Lá estava desenhada uma lágrima com os dizeres: "Ao meu futuro arquiteto, o esboço de uma lágrima, já que você é o desenhista. Se um dia fizesse uma tatuagem, seria esse o motivo. Pode significar tristeza ou alegria, mas também pode ser traduzida como saudade".
Ele não sabia mais qual o final dessa história. Mas a vida é boa por esse motivo, pelo inusitado, pelo amanhã que não conhecemos. Pelo dia, que não damos até muito valor, mas que chega grato. Sentado na cafeteria, uma lágrima escorreu no seu rosto. Seu significado viria com o tempo. E conviver com ele era o maior desafio.
Como vi num filme, essa não é uma história de amor, é sobre o amor.


Segue o blog.  -  FIM -

23 de janeiro de 2014

Três capítulos na Holanda (2)


Delft é uma cidade da Holanda cortada por canais. A universidade Técnica de Delft é um dos centros de ensino superior mais importantes dos Países Baixos. Atualmente conta com oito faculdades, ente elas arquitetura, engenharia civil e informática. Como resistir a tudo isso? 
Em meio a despedidas e algumas lágrimas, ele foi em direção a essa nova fase de sua vida. O amor ficaria. Não havia solução para o momento. Uma vez adaptado na cidade, não faltaria oportunidade para uma viagem e o reencontro dos dois. A internet abreviaria a distância, a promessa de ficarem constantemente conectados ficou registrada na cafeteria do aeroporto, num guardanapo de papel, onde ela escreveu uma mensagem. Ele dobrou o papel e guardou consigo.
A cidade era repleta de bicicletas, logo adquiriu uma. E assim pode explorar a paisagem tão florida da Holanda, as feiras ao ar livre, os canais e escolher, entre tantas, sua cafeteria preferida. Todos temos essa tendência, a escolha de um lugar especial. Lá ele instalava seu notebook depois das aulas e estudava, fazendo intervalos para falar com seu amor, que tinha ficado tão longe. Assim o tempo passava mais rápido do que já parece passar.
E foi um dia, sentado naquela cafeteria, que ele recebeu uma mensagem. Logo que juntasse dinheiro suficiente para viajar, ela estaria a caminho de Delft.


Segue o blog...a seguir a terceira foto.

22 de janeiro de 2014

Três capítulos na Holanda ( 1 )

O leitor Luciano enviou três imagens da cidade de Delft, na Holanda, onde esteve em férias. Criei uma história em torno das fotos.
Leia os três capítulos narrados nos posts a seguir.



O amor narrado a seguir iniciou no carnaval. Eles se conheceram numa cidade bem diferente das suas, criando o problema da distância. No final do feriado, cada um seguiu seu caminho, mas tentaram não perder o contato. Como todo o início, nada parecia abalar o relacionamento. Dividiram o tempo na internet, programaram as viagens entre um lugar e outro. Tudo corria bem. Um visitou a cidade do outro. Interessante saber como vive a pessoa em outro dia a dia, outra rotina. Quando chegamos numa cidade desconhecida tudo é novidade, mas no ar sempre pairou uma dúvida. Existe um lado envolvente, que é o de contemplar algo novo, mas a outra metade é incerta. Apesar de tudo, essas idas e vindas criaram uma nova estampa para a forma de vida de cada um.
A saudade temperava os encontros, trazia força aos dois lados. Foram conhecendo aos poucos o jeito, o perfil de vida um do outro. Tudo parecia normal para as expectativas, até surgir uma novidade. Ele ganhou a bolsa tão sonhada para o exterior. A cidade era Delft na Holanda. A universidade de arquitetura, uma extensão do curso, era o que sempre desejou. A vida começava a ganhar nova forma.


Segue o blog...com a segunda foto.

20 de janeiro de 2014

Som de primeira no kit de segunda

Você vai ouvindo esse som nessa tarde tão quente. Escaldante. E talvez esse estilo não seja o seu. Por falar em estilo, o chapéu que aparece no clipe tem um estilo. E lá no meio, enquanto rola a música, aparece um café com direito a declaração de amor. E aí você pensa que é injusto, um café tão quente num dia infernal. Mas a paixão é assim. A saudade é assim. O sentir falta é assim. Saudade é uma palavra única. Sua tradução também é. E quando termina a música, você sente que ela é até empolgante. Meio triste. Mas bonita. Como o amor. Seja ele qual for, escrito num bilhete, silencioso ou divulgado nas paredes. É bom sentir algo que vai levá-lo a uma emoção, um objetivo. Mesmo sem objetivo nenhum. Algo que o anime, conduza e seja motivo de alguma coisa que nem você sabe nesse exato momento o que é. Não importa o que sinta no fim, meio ou início dessa música. Toda música é assim. E num dia tão quente, isso é o que importa. Aumente o volume.





Segue o blog de segunda...

14 de janeiro de 2014

Som na terça

É normal pegarmos caronas nas músicas. Elas ficam em nossas mentes por um tempo. Hoje estou um pouco romântica e sertaneja...amanheci cantando Paula Fernandes. E foi essa música:
Pássaro de Fogo

"Sou pássaro de fogo
Que canta ao teu ouvido."

"Nas asas do sonho
Rumo ao teu coração."



 
 
Segue o blog...

13 de janeiro de 2014

Música, café, só hoje

"Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria...


Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar...

Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz.
Só hoje."
Jota Quest





Segue o blog...


10 de janeiro de 2014

O bebê e o silicone

 Há 18 anos atrás foi assim... Saí da ecografia sabendo que era uma menina. E ponto. Nada mais, o resto era fruto de minha imaginação. O rosto, os olhos, as mãos, tudo era motivo de inspiração daquele momento em diante. Caminhei muito por essa cidade e nos feriados à beira-mar, cantarolando baixinho para ela a música do Thedy Correa...Camilaaaa. Ganhei o cd de meu irmão e ouvia sem parar.
Na noite de 08 de janeiro, não conseguia dormir e me sentei na cama. Escrevi um acróstico, que praticamente deu um sinal verde a ela. Num quente 10 de janeiro, não tão quente como o dia de hoje em Porto Alegre, nascia minha filha. Dez dias antes do esperado.
Camila chorava e tinha fome. Não conseguia sugar o leite direito, era tão pequenina. O paciente pediatra pediu as visitas para tomarem um cafezinho no bar, para o quarto ficar em silêncio. Ao pai, destinou comprar um bico de silicone porque se amoldaria ao seio, já com muito leite. Dessa forma, o bebê foi sugando e acalmando-se. O tão esperado bico de silicone, na época nem tão famoso, chegou para acalmar todos os ânimos. Era tudo o que o bebê e sua mãe queriam: leite e paz. E lá ficaram as duas felizes e “siliconadas”.


Segue o blog...essa é parte de uma história, escrita em 10/01/1996.

5 de janeiro de 2014

Café, livros e água




Não existe nada melhor que caminhar, caminhar e a sede saciar com água.
Não existe nada melhor que saborear um sorvete, num dia de 40 graus e tomar um copo d'água no Mercado.
Não existe nada melhor que ferver a água, sentir o aroma do café passado e tomar uma xícara, logo depois.
Não existe nada melhor que saborear um livro ganhado ou comprado, depois de tomar um café e uma copinho de água mineral.
Existe sempre coisa melhor há fazer. Talvez poetar...


O homem e a água
"Deixa-me ser o que sou,
o que sempre fui,
um rio que vai fluindo.
E o meu destino é seguir...seguir para o mar.
O mar onde tudo recomeça...
Onde tudo se refaz..."
(Os últimos textos de Mario Quintana, Artes e Ofícios, pg 26)