29 de novembro de 2010

SORTE (2)

Um mendigo de rua pede dinheiro para comprar um pão. Seu café da manhã.  Ele não tem nada, pede uma cédula. Um real. Poderia ser até cem reais. Ele sorri, com seus dentes feios. Mas é um sorriso. Caminha livre pela rua. Não corre atrás de um relógio. Das horas. Não controla o minuto. O segundo. Não lembra a todo momento o poeta. Não joga pelo caminho a casca dourada e inútil das horas. Eu não posso. Tenho horário. Tenho trabalho para fazer.
 Ele é descompromissado. Tem compromisso com o vidro dos carros.  Apenas olha para o motorista e faz um sinal. Uma alegoria. Muitas vezes age como um equilibrista, um exibicionista, mas é um pedinte, mais um na sinaleira. Que faz reverências. Parece um lord. Educado.
Se estivesse estudado, formado, estaria em outra. Talvez cheio de contas para pagar. Nesse ponto ele é mais feliz. E se ele entra numa lotérica, juntando cada real que eu lhe dei. E marcar os números certos da loteria, da mega-sena, seja lá o que for. Ele não será mais mendigo. Tomará lautos cafés da manhã. Não fará mais a mesma coisa. Continuará educado, fazendo reverência à vida.




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SORTE (1)

Hoje dia 29/11 é o dia do nhoque!





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28 de novembro de 2010

IDEIA

A ideia pode demorar um tempo para ser processada. Ela pode ser milimétrica, como conta-gotas ou em tamanho G, chegando quando menos se espera. Durante o dia funciona em forma de sintonia. Ou rima.
 Podemos ter várias, ou nenhuma, inéditas, recicláveis, ecológicas, aproveitadas, lavadas e enxaguadas, embrulhadas para presente.
Quanta ideia! Ou nenhuma. Enfrentamos a noite, em eterna busca. Quando todos adormecem, num silêncio quase egoísta, ela pode visitar nosso pensamento.  É bom escrever, digitar na mais perfeita paz. Finalmente solitáros, não a contaremos a ninguém. E num instante vê-la chegar e logo alçar voo. Saboreamos as estrelas, encontrando a palavra certa. Certeira. Estranho alvo, que chega sem avisar.






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SSS

27 de novembro de 2010

O TEMPO

Neste final de ano tudo gira em torno de festas e comemorações. Com agendas lotadas, tentamos sempre achar mais um dia para comemorar. Para celebrar 2010. Tão depressa passou o ano, que voou com a gente. Impossível controlar o relógio...e o poema mais lido, em todas as versões do tempo, encontra-se na página 72 de Nova Antologia Poética de Quintana e originalmente se chama:

"Seiscentos e Sessenta e Seis"

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas: há tempo...
Quando se vê já é sexta-feira...
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente...
e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.



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21 de novembro de 2010

COW PARADE/ PORTO ALEGRE

"ERA UMA VEZ UMA VACA QUE SE PERDEU NUM MUNDO ENCANTADO.
AQUELE QUE A ENCONTRAR TERÁ UM DESEJO REALIZADO."

Essa mensagem está escrita em uma das vacas da Cow Parade que de 21 a 30/11 estão reunidas no Shopping Bourbon Country para exposição e sua apreciação. Por muitos dias estivemos entre elas em vários pontos de Porto Alegre e aos poucos foram fazendo parte de nosso dia a dia, de nossa paisagem.
Minha colega Marcia fotografou enquanto caminhávamos pela Nilo Peçanha e também com a ajuda de sua família, em outros pontos da cidade, enviando por e-mail. Uma vez ela comentou que não coloquei no blog.
Bom, chegou o dia. Aproveitei a ideia e reuni também as fotos. A Marcia é uma de minhas primeiras seguidoras e agradeço seu trabalho e colaboração.

14 de novembro de 2010

MINHA IMAGEM DA FEIRA


Na tarde de sábado fui na Feira do Livro e trouxe comigo algumas imagens. De tudo um pouco para você que não pode visitá-la. Se andou por lá, vale a pena rever.
Já presenciei tantas montagens dela por trabalhar no centro de Porto Alegre durante dez anos. Meus olhos acompanharam o passo a passo de cada uma, como o olhar de um repórter, guardo lembranças que levarei para a vida inteira, como uma imagem histórica, escrita no autógrafo guardado na primeira página de um livro. Esse tipo de sentimento faz parte de cada um, da sua escolha por um livro, pelo autor, do seu poder de imaginação, do valor que dará a sua vontade de ler e reler.
Cada ano que volto à praça é como se fizesse uma reportagem com o olhar. A mais antiga das imagens se transporta e registra a transição desse momento. Em meio aos mais vendidos, a escritores novos e já conhecidos, ao patrono, a novos caminhos, debates e cafés, encontro sempre a velha banca. Simplesmente uma vitrine viva de livros, que se expõe e desafia a modernidade e o tempo naquele espaço.









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12 de novembro de 2010

NOVIDADE NO KIT

Para quem é sempre atualizado e também para os saudosos de notícias, a partir de agora tem disponiblizado o clicRBS à direita em sua tela. Não esqueça que tem dicionário disponível logo em seguida. Não fique com dúvidas, mantenha-se informado, na verdade todos temos um kit de ideias. Mantenha o seu atualizado.




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8 de novembro de 2010

PAUL McCARTNEY



Uma noite perfeita no Beira-Rio com a apresentação de Paul McCartney em Porto Alegre. Não houve quem não se emocionasse de perto e de longe. Paul trouxe consigo em suas músicas as lembranças de bons tempos e uma melodia que acompanha todas as gerações. Quem há anos atrás curtiu uma reunião dançante, quem cantou ao som dos Beatles, pode ter se emocionado bastante. E a nova geração vibra também, aprendendo mais uma lição.
A música soa como algo incrível em nossa vida. Trazendo vários tipos de sensações, boas e até saudosas, nos fazem retornar a algum momento perdido na memória ou presenciar outro, que vai ser resgatado lá na frente. Eu não poderia viver sem ela. Sem cantá-la, sem dançá-la, sem tocá-la pela melodia.


A música de Paul ficou para sempre lembrada, sentida, gravada, enfim, tatuada na memória de muitas pessoas.

Segue o blog. Com boas lembranças.

5 de novembro de 2010

BOA NOITE, FEIRA DO LIVRO!

Hoje fui à praça mais tarde, não deu tempo de ir em busca de livros, de filas de autógrafos, de saldos, mas deu tempo de encontrar meus amigos. Sentar num bar da feira e conversar muito numa noite de sexta-feira. Aquele centro de Porto Alegre fervilha de bares, com muita gente pelas calçadas.
Chegando na feira tocou a sineta e as bancas se fecharam. Mas não me importei, fiquei ali jogando conversa fora, revendo assuntos, falando de livros, comendo petiscos com um sabor especial. O sabor do fim da feira. Conversei muito com um garoto, o João. Ele tem dez anos e passa juntando dinheiro no seu cofrinho para comprar alguns livros. Já comprou cinco livros. E cobiça um sexto. João gosta da literatura de quadrinho chamada de mangá. Em japonês mangás significa qualquer tipo de história em quadrinhos. Surgiram em formas de rolos com pinturas japonesas, ou seja, associando pinturas e textos que aos poucos iam contando uma história. Com o tempo foram substituídos por livros. As estampas eram destinadas a demonstrar romances e poesias. A ordem de leitura de um mangá japonês é a inversa da ocidental, o que torna interessante o livro ao garoto. No meu pensamento poderia ficar ali por mais horas, o tempo agora poderia me esperar.
Andando pela praça já vazia, na hora de ir embora, observo o pessoal sentado nas mesas do Margs. Lembro de outras feiras, do Quintana, da sineta, de tudo mais. A primeira feira do livro foi em 1955, idealizada pelo jornalista Say Marques, que tomou como exemplo o modelo do Rio de Janeiro, escolhendo a praça da Alfândega por ser um local muito movimentado nos anos 50. O objetivo era diminuir o custo do livro e o lema era : se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo. E lá está ela, na sua 56ª edição. Porto Alegre é tão bonita quando se mira o céu no meio da noite, olhando o contorno dos prédios, museu, memorial.
Boa noite, feira do livro. Amanhã ouviremos outro toque de sua sineta. Amanhã tem mais.




Segue o blog. Segue a feira.