28 de outubro de 2017

A FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE VEM CHEGANDO...


Essa imagem faz parte da paisagem de meu bairro numa manhã de sábado em Porto Alegre, onde o calor foi a pauta do dia. A trilha sonora ficou por conta dos pássaros.
Sempre que vem se aproximando a nossa Feira do Livro lembro de um poema de Quintana...
Vem aí a 63ª Feira do Livro de Porto Alegre: de 01 a 19/11/2017.


Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mário Quintana

Segue o blog nas manhãs do meu bairro...

22 de dezembro de 2016

HISTÓRIAS PARA CONTAR: NATAL

Guardamos na memória livros inesquecíveis. Quando era criança gostava de ler um especial de uma família que vivia à margem da Lagoa Prateada. Eram pobres e no seu país nessa época do ano havia nevasca, mal podiam sair de casa. Na noite anterior ao Natal foram surpreendidos ao abrir a porta. Em meio a neve, surge um visitante, uma prima que aparece inesperadamente. Eles sentiam muita vergonha porque não tinham presentes caros nem uma ceia muito suntuosa. Mal podiam se deslocar em volta da casa e teriam que esperar a troca de estação para plantar. Só haviam alguns alimentos já estocados. Mas mesmo assim, as crianças colocavam meias penduradas na lareira, na esperança do presente.
A mãe daquela família preparou uma ceia que mais parecia um café colonial. Fazia bolachas caseiras, mingaus, pães, molhos, assavam batata na lareira e cobriam com queijo. Essa seria a verdadeira história do fondue porque segundo as definições, a ideia surgiu por esse mesmo fato. Devido a dias de nevasca, as pessoas não saiam de casa e usavam pães, queijos e outras guarnições junto à lareira, acompanhado de café ou vinho para esquentá-los.
Mas segue a história da pequena família, que se encantou durante a ceia de Natal com os presentes criativamente confeccionados pela mãe. Ela costurava, bordava, fazia peças em tecido de lã para agasalhar seus filhos. E ficaram ainda mais felizes quando a prima abriu a mala e os surpreendeu com presentes que jamais sonhariam em ganhar.
Muito viajei para dentro dessa história. Devido ao nosso clima e ao forte calor que é comum em nosso Natal em Porto Alegre em dezembro. Talvez nosso Papai Noel ficasse mais feliz não suando em bicas e correndo para o ar condicionado de um shopping, com sorte. Cada vez que relia o livro, sonhava com essa neve toda e imaginava as paisagens vistas em filmes e nos antigos cartões de Natal.

3 de dezembro de 2016

CONTO DE CAFÉ COM PANETONE

O PÃO DO TONI

A palavra panetone vem de panettone, tem origem no vocábulo milanês "panattón" e tem significados diversos. Diz a lenda que na Lombardia existia uma padaria. Muito bem frequentada pela vizinhança. Lá pelas 6 da tarde a fila do pão era grande. E sempre tinha uma pontual atração. Todos os dias uma moça italiana linda, ficava na fila. Não sei se por esse motivo, mas a fila aumentava nesse horário. O dono da padaria mentalmente agradecia. Todos os dias ela chegava e suavemente fazia seu pedido no caixa. Nem parecia italiana porque eles costumam falar alto, com as mãos. Sua voz era doce. Levava sempre o mesmo número de pães para a família. O rapaz do caixa a observava atentamente. Todos ficavam ligados na fila. Mas o padeiro, o humilde padeiro, a observava de longe. Ele era apaixonado por ela. Suspirava na porta, perto do grande forno. Quantos pães já fizera nessa longa estrada. Imaginava todo mundo se deliciando com o pão quentinho com manteiga ou geleia, inclusive ela. Aquele herói quase anônimo ficava ali escondido, sempre em segundo plano. Um dia, quando o Natal se aproximava, fechou a padaria e saiu caminhando pela rua. Pensava na vida, quando enxergou aquela moça, sua amada. Ela passou por ele apressadamente e chorando. Esbarrou em seu braço, mas nem o viu. Meio sem jeito, muito tímido ele se afastou e foi para casa caminhando devagar pela noite. Tão iluminada pela lua e pelas luzinhas da árvore de Natal da cidade.
No outro dia teve uma ideia. Estava inspirado. Começou a fazer um pão diferente, um pouco doce, como os olhos daquela moça. Inspirou-se mais ainda e colocou frutas cristalizadas, uvas passas e adicionou baunilha, para dar um aroma. Depois de assado, ele deixou esfriar e colocou em volta um papel transparente. Estava pronto o presente para a vizinhança. Tomou coragem e foi até a casa da tal moça. A desculpa seria um agradecimento a vizinhança, em nome da padaria. Chegando lá, a dona da casa não o deixou ir embora. Tomando um café, todos se deliciaram com o pão do Toni.
Inclusive a moça, que não tirava os olhos dele, talvez estivesse carente por alguma coisa. E a família repetia: "Que belo pão do Toni, pão de Toni". E em italiano foram enrolando a língua e virando pãoditoni...panetone! Toni conquistou todo mundo. Tendo paciência para cozinhar, esse gourmet usou a receita correta. Os ingredientes foram certeiros, feito com muito amor, conquistou um coração. Em Milão, o panetone é a vedete da cidade, seguido do queijo gorgonzola e do risoto milanês. E a lenda do panetone até parece pura verdade.









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17 de setembro de 2016

Segundo café

Elas divagavam na cafeteria. Já estavam na segunda xícara de café. Pensavam. A primeira comentou que existem vários tipos de amores. Os antigos, o que conheço algumas horas atrás e os que mal conheço. Mas existe aquele que passou e algo aconteceu. Então quero voltar e revê-lo. Esse é o mais interessante. Então pode ficar preparado para sofrer ou não. Enquanto isso, as lágrimas da segunda escorriam. Um pingo alcançou o segundo café e se diluiu. Ficou menos adocicado.
No celular tocava uma música para amenizar o momento.



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16 de julho de 2016

Mais uma palavra do dicionário da preguiça



Durante a leitura muitas vezes temos preguiça de procurar o significado de uma palavra.
Mas elas esbarram em nosso caminho. Hoje encontrei essa no meu trajeto: aparvalhado.


"Aparvalhado é particularidade de indivíduo parvo, tolo, idiota.
Que perdeu o rumo, embasbacado."

Afinal, quem nunca ficou aparvalhado? Quem nunca...


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28 de fevereiro de 2016

Mais um café

Eles brigavam muito. Por ciúmes. E por mais que declarassem a importância de seus amores, a vida volta e meia desenhava uma cena desagradável. Aquele dia ele mandou mensagem no whatsapp e ela não respondeu. Mas ele observou que ela havia lido seu apelo. Queria conversar. Marcar mais uma tentativa de reencontro. Uma chance, um café, que fosse a último talvez.
Ele resolveu que tentaria até o fim. Ela prometeu que resistiria. Estava na praia com amigos e não voltaria a cidade. O calor era insuportável. Pelo menos à beira mar sopra uma brisa, que em geral levam seus pensamentos para muito longe. 
Mais uma tentativa. Uma nova mensagem. Um sorvete. Talvez seja mais atrativo que um quente café. Um sorvete de café. Faria de tudo para ter de volta aquele amor. 
Enquanto nada se resolve, pelo menos gostaria que ficasse sua amiga. E então ouviu essa música: "One".



26 de dezembro de 2015

UM TOQUE



Aí vai poesia...de minha autoria:


Um toque na flor
É pétala
É amor
Um toque sensível
Na tela do computador.


Num toque das mãos
Muda a imagem
A paisagem
É abracadabra
Da imagem, da ação
É imaginação.


E o livro
A cada página
Num alento
A cada toque
Sente falta do momento
Folheado pelo vento.



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