30 de maio de 2013

Na trilha

DE JANEIRO À JANEIRO

Ela caminha firme pela rua, entre as folhas de um fim de tarde de maio, fazendo barulho com o salto na calçada. Não sabe caminhar de forma leve. Pensa que se estivesse apaixonada, saltitaria talvez, chegaria a plainar de tanto amor, nem sentiria o caminho e as horas passando. E o mês passa tão rápido. Mas nada de amor. Pensa que esse tal amor não existe, tão cantado, poetisado. Não existe.
Sente um alívio quando enxerga a porta da cafeteria do posto aberta novamente. Uma semana de obras, mas o espaço está liberado. Mais amplo, mais claro, com mais mesas. Pode escolher onde sentar para afogar suas mágoas numa xícara de café. Bem quente, escaldante, para descongelar a alma.
Hoje ela não está romântica, nem criativa, nem tão pouco animada. Desde janeiro vive esse amor. Já está quase em junho. Mas não é amor. Ele não existe. Alguém inventou esse termo para disfarçar algum sentimento. Desde janeiro quando mirou aquele olhar não tem mais sossego. Já tentou esquecer, disfarçar e nada. Deu uma chance e mais outra e nada. E não entende por que insiste em não acreditar.
O café chega à mesa. Simples como sempre. Nesse bom momento para pensar, as coisas podem ser vistas de uma forma mais clara. Quando tudo complica, um afastamento é bom para renovar as ideias. Às vezes, precisa de um retiro quase egoísta, em si mesmo, para tomar uma decisão. Enquanto isso, a xícara vai esvaziando e ela procura uma música no iphone. Rola os dedos pela tela, procurando aquela letra de música que define tudo que sente. Enfim, a encontra. Abre o vídeo e ouve com atenção, deixando o som rolar. Aquela música martela na sua mente, na sua lembrança, sem parar. Até o amor durar. Se durar...de janeiro à janeiro.





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18 de maio de 2013

KIT DE SÁBADO

No post anterior, ela amava de longe. Poderia ser uma amor de infância, amor em preto e branco, que ficou guardado para sempre numa lembrança. Coisas que o tempo não apaga. Amor que pode mudar de rua, de cidade, mas que um dia volta a bater na porta. Parece novela, história de filme, de romance, mas acontece. Por incrível que pareça, houve um tempo em que a imagem era somente em preto e branco. Coloríamos a vida a nossa moda. Éramos simplesmente criativos e dependíamos da imaginação. Até que um dia, tudo se fez cor e a vida precisou de várias tintas para a nova tela ser pintada. As janelas do mundo foram se abrindo em sequência de novas imagens. 
Ouça a música de Phil Collins a seguir e veja a bela imagem em preto e branco. 
Do you remember?




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16 de maio de 2013

Pequeno conto de um dia frio



Ela caminha distraida em direção à loja de conveniência do posto de gasolina e encontra a porta fechada. Em obras, registrada numa placa que anunciava a abertura até o final do mês. Aproveita o intervalo e segue em frente pela rua. Acostumamos com o mesmo lugar, com a mesma mesa. Só uma mudança brusca, uma porta que fecha nos faz prestar atenção. E mudar um pouco, variar a paisagem e nossos caminhos.
Segue pela mesma calçada, ouvindo a música da Alicia Keys no blog. Pensa que uma nova ideia pode surgir, quando passa pela padaria. Quem sabe um café de padaria? Sem leite. Café com leite, café sem leite. Agora seria opcional, o leite anda com problemas. Sempre a criticaram por tomar muito café. Hoje sente-se até feliz. "Girl on fire"... essa é a música que toca ao seu ouvido. Pretende voltar a padaria outro dia. Café de padaria deve ser tomado bem cedo e com um pão bem quentinho. Sem esquecer da manteiga. Uma meia taça, numa manhã bem fria, como essa de maio. Essa é a melhor receita.
Dobra a esquina, passa pela farmácia e segue em frente, enxergando uma delicatessen. Certo dia uma amiga a indicou. E ela entra, retira os fones e o gorro de lã,  pedindo um café. Minutos depois, começa a sorvê-lo lentamente, lembrando de um amor. Quando estava descrente de sua existência, ele apareceu. Mas ela o ama a distância. Não sabe se um dia contará toda essa verdade que guarda consigo e que, de certa forma, cuida de longe. No momento lhe falta coragem. Prefere esperar. E vai levando a vida, usando do sentimento como inspiração, como um alento que a ajuda nos momentos em que se sente mais frágil. Um brinde ao novo café e ao velho amor.



Segue o blog...em Porto Alegre, 5 graus às 7 horas da manhã.

10 de maio de 2013

FILME DE SEXTA

Numa tarde de sexta. Um filme. Uma letra. Uma música.
O dom de ser criativo. E romântico.
Rolou o filme "Music and Lyrics". Para lembrar.
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