11 de maio de 2014

Conto do coração



Naquela tarde chovia sem parar. Ela gostava de sair pelas ruas em dias de chuva. Explorava a cidade que há pouco se estabelecera. Parece estranho, mas era sempre assim. Aquilo lhe trazia inspiração. Mas aquela tarde foi diferente. Ela estava em busca da ideia, da palavra maternal e nada. Andou vários quarteirões, recolheu o guarda-chuva e entrou numa cafeteria qualquer, dobrando numa incerta esquina. Era domingo. Dia das mães. E pela primeira vez estava tão longe da sua. Escolheu uma mesa, e com sorte um café, abrindo a tela do laptop. Santa inspiração que não aparece. E a palavra não vinha. Pensava em desistir...começa a ouvir uma música.
De repente da mesa enxergou algo brilhando no chão. Era um coração, pequeno e com uma longa corrente. Era rosa como todos os corações do mundo. Tinha uma fina moldura dourada. Alguém perdeu aquele acessório. Naquele momento, pensou em tristeza, na perda. Mas também pensou na felicidade do encontro, de achar algo bonito pelo caminho. Sua mente sugeria desilusão. Desamor. Ou um grande amor. Emoção. União. Carinho. Um carinho de mãe. E a palavra coração palpitou muitas outras, batendo forte nas teclas. Digitou rapidamente no whatsapp algumas palavras para sua mãe, que estava lá, no outro lado do mundo. Num ritmo acelerado, motivando o texto, a razão de tudo.
 




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