13 de junho de 2011

A CIDADE E A NEBLINA

Quando passei os olhos na manchete do jornal hoje pela manhã pensei em algo. Pensamentos que me acompanham no decorrer do dia, misturam-se em números, em mil palavras, até que num fim de tarde tento organizá-los. Várias vezes não consigo. Já se perderam ao longo do meu dia. Mas o de hoje não esqueci. Ao ler o jornal, senti saudade da neblina. Porto Alegre, sempre fez parte dela. Nosso fog londrino, tão provinciano. E numa cidade onde serração baixa é sol que racha, ela incomodava só no início do dia. Ninguém saia nem entrava na cidade pelo espaço aéreo. Por algumas horas ficávamos quase ilhados, sem nos preocuparmos como sair da cidade. Ao longo da manhã, lá pelas dez horas ela ia sumindo e o sol tomava conta do dia. O avião subia, descia, a cidade continuava calmamente carregando essa tradicional paisagem. Cara de paisagem, era o que a neblina tinha. E virou uma música linda, que vista num amanhecer, numa madrugada, seria digna de uma cena de filme. Filme com trilha ao amanhecer. Estou dizendo tudo isso porque até estou sentindo falta dela. Do tempo em que voo tinha acento. Acho que ela tem que voltar e desafiar as cinzas vulcânicas. Translúcida, como sempre foi, pairando sobre a cidade. Qual de vocês, não acha belo, quando ela desce, quando ela deixa tudo translúcido?


  http://youtu.be/lMddnAEI1iU


Segue o blog...

Nenhum comentário:

Postar um comentário