A primeira coisa que fazemos quando não conhecemos uma cidade é procurar um mapa, agora até online.
Mario Quintana fez poesia e descreveu "O Mapa" da cidade, da melhor forma poética.
O Mapa
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse meu corpo!)
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso... (Mario Quintana - da obra "Apontamentos de História Sobrenatural"
Segue o blog. Mario Quintana, poeta gaúcho, nasceu em Alegrete/RS, mudando-se para Porto Alegre em 1919. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal. Com inúmeras obras, encantou todas as idades com poesia. Quintana morou em alguns hotéis em Porto Alegre. Hoje o antigo Hotel Majestic é sede da Casa de Cultura Mario Quintana na rua dos Andradas, centro da cidade.
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